Feira Agropecuária de Belém movimenta cerca de R$ 5 milhões em negócios
Segundo a organização do evento, cerca de oito mil pessoas circularam pelo local durante os sete dias de feira.
Cerca de R$ 5 milhões foram movimentados durante a I Feira de Negócios Agropecuários de Belém (Fenabel), encerrada neste domingo (17), no Parque de Exposições do Entroncamento. Segundo a organização do evento, cerca de oito mil pessoas circularam pelo local durante os sete dias de feira.
O fim de semana foi marcado por dois leilões para comercialização de cavalos Manga Larga Marchador e de animais leiteiros, um na noite de sexta-feira (15) e outro na tarde de sábado (16), reunindo mais de mil pessoas. O produtor rural Severino Leal Moura e a esposa, Maria Ilza Moura, participaram dos negócios e venderam 26 cavalos de raça. “Cada animal custa em média R$ 15 mil. Já ficaram acertados mais três negócios para serem fechados após o evento”, explicou o filho do casal, José Rafael Moura.
A produtora Maria da Conceição contava com a ajuda da irmã Dalva da Silva Matos para comercializar cactos, flores ornamentais e demais plantas que ela mesma cultiva em um sítio em Benfica, Benevides, região metropolitana de Belém. “O forte do Pará ainda é a pecuária. Acredito que tenha vendido cerca de 100 vasos em dois dias”. O produtor Lucas Nicolette, que fabrica embutidos e estava na feira comercializando produtos, contou que mais de dez donos de restaurantes procuraram por ele, durante a feira, para negociar o fornecimento de itens. “Isso é muito legal e importante para os negócios do produtor rural e para a economia do Estado”, acredita.
O administrador Lucas Minssen, um dos idealizadores do evento, disse que o setor de máquinas, equipamentos e veículos e o comércio de animais foram os destaques da feira e movimentaram juntos cerca de R$ 3 milhões. “Muitos negócios devem ser fechados após o evento, já que o produtor inicia, na feira, a negociação do trator ou veículo, por exemplo, que são itens de valor elevado, mas ainda depende de financiamento bancário, para finalizar a compra. O mesmo acontece com donos de restaurantes, que fazem o primeiro contato com fornecedores para compra de carne, peixe e queijo, entre outros, ainda no evento. Nos leilões, 30% dos negócios foram feitos com pagamento a vista, de produtor para produtor, sem financiamento bancário”.
Lucas conta ainda que um grupo francês esteve na Fenabel e iniciou as negociações para fechamento de um contrato para exportação de limão com a Citropar, empresa que atua no ramo de frutas cítricas no Estado. “É um grande e importante negócio. Acredito que a feira cumpriu o objetivo, que foi dar maior dinamismo ao comércio da produção rural paraense e promover negócios, reunindo mais de mil produtores rurais, tecnologia, além de assessoria técnica e suporte”, diz.
Passeio
Muitas famílias aproveitaram a folga de domingo, último dia da Fenabel, para passear com as crianças, comprar artesanato, ver animais e até andar a cavalo. Uma delas foi a do funcionário público Álvaro Maia, que levou as quatro filhas – Alice, Andrea, Gabriela e Júlia – para conhecer a realidade do campo. “Para minhas filhas, que vivem em Belém, isso é novidade. Antigamente, Belém tinha esses eventos, inclusive com shows; hoje praticamente somente o interior do Estado tem essa cultura. Acho importante, já que traz para a capital uma realidade forte no campo que é o agronegócio, setor tão importante para o Estado e para o país”, afirmou.
A economista e educadora financeira Patrícia Godoy também esteve com a família na Fenabel. Ela e o marido fizeram questão de prestigiar o evento praticamente todos os dias, onde fizeram compras, reencontraram amigos e se divertiram. “É de suma importância a feira, pois mostra a importância do agronegócio, fomenta a economia de Belém e de vários outros municípios, já que reúne produtores rurais de vários lugares do Pará. Também estou aqui colaborando com esse giro”, disseram.
Agronegócio
O diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Luciano Guedes, classificou o setor como “uma importante saída para superar a crise econômica do país”. “O agronegócio contribui significativamente com a economia não só do Pará, mas do Brasil. Feiras como a Fenabel mostram essa realidade, e por isso ela é de fundamental importância, seja em Belém ou em qualquer outro município do Pará”, disse.
“A ideia da Fenabel foi fazer uma vitrine do que o agronegócio propicia ao Estado, que segura o país, e não é diferente em Estados produtores, como é o caso do Pará”, explicou o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária (Faepa), Carlos Xavier.
A Fenabel reuniu mais de 30 estandes, dos mais variados produtos do campo, incluindo máquinas, tratores e equipamentos agrícolas. No sábado e domingo, houve o feirão de alimentos frescos, como frutas, verduras, carnes, ovos, leite e queijo do Marajó. O consumidor pode fazer a feira da semana comprando direto do produtor a preço mais barato. Na área de lazer, teve passeio de cavalo para o público, com orientação de peões das fazendas participantes. O evento teve o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Adepará, Ceasa e Emater.
Fonte: Portal Amazônia / Cenário MT